Pesquisa mostra avanço do uso de cannabis entre mulheres brasileiras

Dados do Lenad III mostram que o uso de cannabis entre mulheres cresceu de forma expressiva no Brasil na última década, com destaque para adolescentes e mudanças no perfil de consumo

Publicada em 29/12/2025

Pesquisa mostra avanço do uso de cannabis entre mulheres brasileiras

Dados nacionais apontam crescimento expressivo do uso de cannabis entre mulheres | CanvaPro

O consumo de cannabis entre mulheres brasileiras apresentou um crescimento expressivo na última década, segundo dados do III Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III). O estudo, conduzido pela Unifesp, revela uma mudança significativa no perfil de uso de substâncias no país, com destaque para o avanço mais acelerado entre o público feminino.


De acordo com o levantamento, o uso de cannabis ao longo da vida entre mulheres adultas passou de 3% em 2012 para 10,6% em 2022, praticamente triplicando em dez anos. O crescimento acompanha uma tendência geral de aumento do consumo de drogas ilícitas no Brasil, mas ocorre de forma mais intensa entre elas.


A cannabis segue como a substância ilícita mais consumida no país, com cerca de 15,8% da população brasileira relatando uso ao menos uma vez na vida. O número representa quase o dobro do registrado na edição anterior da pesquisa, reforçando a centralidade da planta no cenário do consumo de drogas no Brasil.


Entre adolescentes, o estudo aponta um dado que chama atenção dos pesquisadores: pela primeira vez na série histórica, o consumo de cannabis entre meninas de 14 a 17 anos supera o dos meninos. Enquanto o uso caiu entre adolescentes do sexo masculino, passando de 7,3% para 4,6%, entre as meninas o índice saltou de 2,1% para 7,9% no mesmo período.


O levantamento também mostra que a forma mais comum de consumo segue sendo a cannabis fumada, utilizada por cerca de 90% dos usuários. Outras formas, como comestíveis e vaporizadores, aparecem com menor prevalência, mas já fazem parte do repertório de consumo, especialmente entre os mais jovens.


Para os autores do estudo, os dados reforçam a necessidade de políticas públicas específicas, com foco em prevenção, educação e estratégias de redução de danos voltadas a mulheres e adolescentes. A mudança no perfil de consumo indica transformações sociais e culturais que precisam ser consideradas no planejamento das ações de saúde pública.

Com informações de El.Planteo.