HIV

Publicado em 21/01/2024
Compartilhe:

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ataca o sistema imunológico e enfraquece as defesas do corpo contra muitas infecções. Segundo estudos, à medida que o vírus destrói e danifica a função das células, o sistema imunológico da pessoa infectada torna-se gradualmente defeituoso. A função imunológica é geralmente medida pela contagem de células CD4. Já a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) refere-se ao estágio mais avançado da infecção pelo HIV.  

Dependendo das circunstâncias pessoais do indivíduo, a doença pode se desenvolver após muitos anos de infecção se não for tratada. Os sintomas são os mais diversos e variam de acordo com o estágio da doença. Nas primeiras semanas, a pessoa pode ficar assintomática ou apresentar sintomas de doenças semelhantes aos da gripe, como febre, dor de cabeça, erupção na pele ou dor de garganta. Conforme a evolução, a doença pode trazer complicações mais severas como tuberculose, meningite criptocócica, infecções bacterianas graves e câncer (como linfoma e sarcoma de Kaposi). Por isso, o tratamento precoce é importante, pois evita que a infecção ganhe força e traga problemas mais sérios para o paciente. 

O vírus nem sempre se comporta da mesma maneira nas pessoas, o que demanda soluções mais específicas em alguns casos. Estudos comprovam que componentes da cannabis, como THC e CBD, podem tratar alguns sintomas decorrentes da doença como ansiedade, falta de apetite, dores, neuropatia, entre outras. O número de evidências sobre os efeitos dos canabinoides contra os sintomas do HIV, vem crescendo exponencialmente. Estudo produzido pelo British Columbia Center for Excellence in HIV/AIDS, de Vancouver, no Canadá, publicado em março de 2015, revela que entre 88 pacientes HIV positivos que participaram da pesquisa, o uso medicinal da cannabis foi capaz de reduzir em 12% a carga infecciosa do vírus.  

Estudos mais recentes sobre o uso da cannabis, aliado ao tratamento do HIV, ainda estão em fase de testes. Mas uma pesquisa tida como uma das mais robustas até agora foi feita pelo Departamento de Anestesia Magill, no Imperial College London, em parceria com Chelsea and Westminster Hospital de Londres e publicada no Journal of Pain and Symptom Management, destaca a cannabis enfaticamente como benéfica para uma série de sintomas e complicações comuns a infecções por HIV. Após a aprovação do Comitê de Ética, indivíduos HIV-positivos atendidos em uma grande clínica foram recrutados para um estudo de questionário transversal anônimo, em que até um terço (27%) relatou o uso de cannabis para o tratamento dos sintomas.  

Os resultados indicaram que houve melhora do apetite em 97% dos casos, dor muscular 94%, náusea 93%, ansiedade 93%, dor nos nervos 90%, depressão 86% e parestesia (sensação de formigamento nas extremidades) em 85%. Um pouco menos da metade dos usuários de cannabis (47%) relataram deterioração da memória associada. O controle dos sintomas com o uso de cannabis é comum em pacientes ambulatoriais com HIV. Muitos desses pacientes afirmaram que a planta melhorou o controle dos sintomas, entretanto ensaios clínicos ainda são necessários para comprovação dos benefícios desses componentes contra o vírus. 

 

Artigos relacionados 

 

 

Matérias relacionadas