Aconteceu na tarde desta terça-feira (12) um debate na Câmara dos Deputados sobre o cultivo de Cannabis no Brasil. Parlamentares tiveram a chance de expor suas ideias, preocupações e dúvidas sobre o tema. Como convidado estava o ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o médico Willian Dib.

Dib afirmou que as resoluções da agência foram um grande avanço, porém a academia pode sair prejudicada num cenário de proibição do plantio. "Demos um grande passo ao poder produzir, embalar e comercializar produtos à base de Cannabis. Isso é um grande avanço. O prejuízo foi para academia, porque, sem cultivo, a pesquisa no Brasil tende a zerar", afirma o médico.

O ex-presidente da Anvisa fez um pedido aos parlamentares em relação às cooperativas. "O cultivo por cooeprativas poderia ser visto com outro olhar pelo Congresso".

O deputado Luciano Ducci (PSB-PR), relator de comissão que analisa uso medicinal da maconha, afirmou que "não faz sentido importar esse insumo [Cannabis]", porque "vai encarecer" o produto final.

As discussões na Casa permeavam pelo âmbito legislativo, área que é de competência do Congresso, porém, a deputada Angela Amin (PP-SC) afirmou que o avanço apenas na legislação seria irresponsável com a saúde dos brasileiros, uma vez que é importante a pesquisa nesse processo. "Só podemos avançar naquilo que é possivel dentro responsabilidade que nos cabe", ponderou a parlamentar.

Dib relembrou que a RDC ( Resolução da Diretoria Colegiada) da Anvisa prêve a apresentação de estudos clínicos e a obrigatoriedade da revisão dos medicamentos à base de Cannabis a cada três anos.