A criação de espaços regulamentados para o consumo social de cannabis avança nas Américas com abordagens distintas nos Estados Unidos e no México. Enquanto o mercado norte-americano aposta em "lounges" de alto investimento inspirados na hotelaria, a Cidade do México estabeleceu zonas de tolerância em áreas públicas.

Em ambos os cenários, o objetivo central é retirar o uso da ilegalidade e organizá-lo sob regras de convivência. No entanto, a implementação desses modelos enfrenta desafios burocráticos e resistências locais.

O modelo empresarial para o consumo social de cannabis nos EUA

Nos Estados Unidos, a projeção é que quatorze estados e as Ilhas Virgens Americanas permitam alguma modalidade de uso local em estabelecimentos licenciados até 2025. O modelo exige infraestrutura robusta, incluindo sistemas avançados de ventilação e isolamento.

Além disso, há a necessidade de treinamento de equipes para identificar sinais de uso excessivo. Esses protocolos são similares aos aplicados no serviço responsável de álcool em bares e restaurantes.

Contudo, a viabilidade econômica desses empreendimentos para o consumo social de cannabis enfrenta barreiras. Em Nevada, a lei AB341 autorizou a emissão de 65 licenças em 2021, mas, quatro anos depois, apenas um estabelecimento opera legalmente, segundo informações de cáñhamo.

Os entraves citados pelo setor incluem altos requisitos de capital e restrições municipais. A falta de acesso ao sistema bancário tradicional também dificulta a operação, com exceção do Sky High Lounge, administrado pela Tribo Paiute sob soberania tribal.

Na Califórnia, desenvolve-se um modelo híbrido que combina o uso da planta com a oferta de alimentos e bebidas não alcoólicas. Apesar da proposta cultural, os custos fixos permanecem elevados devido às normas sanitárias e de segurança do trabalho.

Zonas de tolerância para o consumo social de cannabis no México

Na capital mexicana, a abordagem foca na ocupação do espaço público através de acordos com grupos de ativistas. O governo local delimitou áreas específicas, como a Plaza de la Concepción e o monumento a Simón Bolívar, para o uso tolerado.

As regras para o consumo social de cannabis nesses locais são estritas. O funcionamento ocorre das 8h às 20h, com proibição de venda, veto ao álcool e limite de permanência de 40 minutos, sendo proibido o registro de imagens.

Com informações de Cáñhamo