Cannabis medicinal desponta como alternativa segura ao zolpidem em meio a alerta nacional
Especialistas alertam para o uso irregular do zolpidem e discutem a cannabis medicinal como alternativa mais segura para tratar distúrbios do sono
Publicada em 15/12/2025

Nova diretriz pressiona por controle do zolpidem e reacende debate sobre terapias com cannabis | CanvaPro
Em meio às dúvidas de quem luta por uma noite de sono tranquila, a fala do médico reumatologista e clínico Tiago Campanholi chega como um alívio: a cannabis medicinal, quando bem acompanhada, pode ser uma alternativa mais segura aos hipnóticos tradicionais.
Enquanto o país observa com preocupação o uso irregular do zolpidem, a discussão sobre caminhos terapêuticos mais gentis e eficazes ganha força e reacende a busca por cuidado que realmente acolhe.
“A cannabis medicinal faz parte do arsenal terapêutico para os distúrbios do sono”, afirma Campanholi. Ele explica que fitocanabinoides, terpenos e flavonoides atuam em etapas importantes do ciclo sono–vigília, favorecendo sedação, indução do sono, aumento da fase REM e reduzindo pesadelos traumáticos, excitabilidade neuronal e sintomas da síndrome das pernas inquietas.

Para o médico, priorizar a cannabis em vez de hipnóticos como o zolpidem pode representar menor risco de efeitos adversos, dependência e outras complicações, desde que o tratamento seja acompanhado de perto e com ajustes de dose conforme a resposta de cada paciente.
A fala do especialista surge num momento em que o zolpidem, amplamente utilizado para insônia no Brasil, passa a ser visto como uma preocupação de saúde pública. De acordo com publicação da Folha de SP, o uso irregular do medicamento motivou a criação de uma nova diretriz nacional que propõe regras mais rígidas de prescrição e reforça os riscos do uso prolongado. A decisão acompanha o aumento de casos de dependência, automedicação e efeitos colaterais graves.
Cresce o alerta sobre riscos do zolpidem
O documento, elaborado por neurologistas e publicado nos Arquivos de Neuro-Psiquiatria, aponta que o zolpidem, inicialmente introduzido como alternativa mais segura aos benzodiazepínicos, vem sendo usado por períodos muito superiores ao recomendado. Como apurou a Folha de SP, o avanço da dependência e das reações adversas levou especialistas a sugerirem protocolos mais rígidos, com limitação de uso, acompanhamento médico contínuo e orientação mais clara para profissionais de saúde.
Somam-se a isso relatos cada vez mais frequentes de amnésia, confusão mental, sonambulismo e comportamentos complexos durante o sono como dirigir, cozinhar ou fazer compras sem lembrar ao despertar.
Cannabis surge como alternativa integrativa
Diante desse cenário, a cannabis medicinal entra na pauta como uma estratégia mais segura, especialmente para pacientes que buscam alternativas com menor impacto cognitivo e risco reduzido de dependência.
Ainda segundo o Dr. Campanholi, compostos como THC, CBN, CBD, mirceno, alfa-pineno, fitol e limoneno podem ser combinados no tratamento do sono, desde que haja cautela com interações medicamentosas e ajustes graduais.
“A cannabis, quando bem manejada, tende a apresentar menor risco e pode substituir o uso prolongado desses medicamentos. O objetivo é oferecer um tratamento eficaz, seguro e com o mínimo de efeitos adversos”, finaliza Campanholi.


