Estudo reacende debate sobre limites de THC no sangue ao volante
Um estudo mostra que limites legais de THC no sangue podem não refletir a capacidade real ao volante, apontando que usuários frequentes mantêm desempenho normal mesmo após dias sem consumo
Publicada em 05/12/2025

Estudo coloca em xeque os limites legais de THC no sangue ao dirigir | CanvaPro
Um novo estudo conduzido pela University of California, San Diego indica que limites fixos de THC no sangue podem não contar a história completa. Usuários habituais apresentaram números altos mesmo sem uso recente e, ainda assim, mantiveram desempenho normal ao volante.
THC detectável mesmo após 48 horas sem consumo
Segundo o portal Cañamo, a pesquisa acompanhou 190 pessoas que usam cannabis com frequência e solicitou que elas permanecessem 48 horas sem consumir. Depois desse período, foram coletadas amostras de sangue e aplicados testes de direção em simulador.
Mesmo em abstinência, 43% registraram níveis iguais ou superiores a 0,5 ng/mL, valor usado em políticas de tolerância zero. Outros 24% ultrapassaram 2 ng/mL, enquanto 5,3% ficaram acima de 5 ng/mL, patamares que, em diversos estados norte-americanos, caracterizam direção sob efeito.
Desempenho ao volante não mudou
No simulador, os pesquisadores não encontraram diferenças relevantes na habilidade de dirigir entre quem estava abaixo ou acima desses limites. Até mesmo participantes com concentrações mais altas, chegando a 16 ng/mL, não apresentaram prejuízo no desempenho.
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Segundo o estudo, a detecção de THC no sangue, especialmente em usuários frequentes, não é um indicador confiável de incapacidade ao volante.
Leis podem punir quem não está sob efeito
O levantamento chama atenção para legislações conhecidas como per se, que estabelecem números fixos como critério automático de punição. Para pesquisadores, esse modelo pode penalizar pessoas que não apresentam risco real, incluindo pacientes que usam cannabis de forma terapêutica.
O estudo reforça a necessidade de avaliações mais precisas, que considerem o estado real do motorista e não apenas resultados toxicológicos isolados.
Com informações de Cañamo.


