"Não é se, é quando" garante diretora da Anvisa sobre regulação da cannabis medicinal

Durante seminário Cannabusiness, Alessandra Bastos garantiu ao Sechat que a regulação será entregue

Publicada em 14/08/2019

capa
Compartilhe:

São Paulo recebeu na noite desta terça-feira (13) o evento “Cannabusiness, um mercado bilionário”, que reuniu cerca de 350 pessoas, de empresários, investidores a políticos no setor da cannabis medicinal. Entre os palestrantes do seminário promovido pelo Lide Futuro, estava a segunda diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Alessandra Bastos Soares. A farmacêutica recebeu elogios por parte dos debatedores ao processo que está tocando frente à Anvisa de regulação da cannabis medicinal no Brasil.

Durante o evento, Alessandra deu uma boa notícia para os pacientes que precisam desses medicamentos, mas também àqueles que desejam investir nesse mercado. Num debate que projetava cenários de uma eventual regulação brasileira, Alessandra corrigiu os painelistas: "não é se, é quando" a regulação acontecer.

Após a palestra, em entrevista ao Sechat, a diretora voltou a sustentar que regulação será entregue:

"A nossa competência e autonomia é para entregar a norma. O externo nós não sabemos, mas nós vamos entregar essa norma. A gente acolhe as falas, a gente entende que há dúvidas, mas a gente continua trabalhando. E a gente está aberto à conversa".

Alessandra lamentou as críticas que a agência vem recebendo por estar trabalhando no processo de regulação da cannabis medicinal. Destacou que a Anvisa, muitas vezes, tem mais prestígio no exterior do que no próprio país. Lembrou que a "construção desse tema é de muitas mãos" e voltou a destacar que "nada está escrito sobre pedra".

"Normatizar é uma atividade dinâmica. Quando nós começamos começamos a registrar os genéricos, fomos muito criticados, porque ninguém entendia o que era um medicamento genérico. E hoje nós entregamos um produto de qualidade, e o Brasil é referência nisso. Então, quando eu digo que nada está escrito sobre pedra, é porque as leis e normas são dinâmicas, elas avançam com as possibilidades, com os entendimentos, com o arcabouço legal".

Questionada sobre o andamento das contribuições às consultas públicas, Alessandra disse que ainda não teve acesso às respostas da sociedade, mas que assim que o prazo terminar, e ele encerra em 19 de agosto, as sugestões serão respondidas.