General que defende o uso medicinal da cannabis é exonerado de cargo no governo

O ex comandante do exército, que sofre com uma esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa do sistema nervoso central, ocupava o cargo de assessor especial no Gabinete de Segurança Institucional desde 2019

Publicada em 27/06/2022

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Por João R. Negromonte

Na última terça feira (21), foi publicado em uma “edição extra” do Diário Oficial da União (DOU), um pedido de exoneração do General Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, que, por motivos de doença, se afastou do cargo de Assessor Especial do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, cargo este que ocupava desde de janeiro de 2019. 

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O general sofre desde 2016 com uma doença que ataca o sistema nervoso central, chamada de Esclerose Lateral Amiotrófica (E.L.A.), provocada pela degeneração progressiva do primeiro neurônio motor superior do cérebro e do segundo neurônio motor na medula espinhal, a mesma do físico inglês Stephen Hawking. Em entrevista ao SBT em 2019, Villas Bôas disse que vê como uma “hipocrisia social” a dificuldade para se obter o tratamento da cannabis medicinal no Brasil. 

Confira uma parte da entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=yr1jc9wbIuU

O ex-comandante revela que ainda não faz uso do composto da cannabis, mas acredita em suas propriedades medicinais. Ele também mantém um instituto que leva seu nome e que busca compartilhar sua história, ideias e reflexões, trazendo novas pesquisas e tecnologias que possam contribuir com o tratamento da ELA.

“Pretendemos trazer visibilidade ao tema, estimulando o debate e contribuindo para o desenvolvimento e o amplo acesso a novas tecnologias e inovações que favoreçam o aumento da qualidade de vida e promovam cidadania e dignidade”, destaca.

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Como os compostos da cannabis podem ajudar pacientes com ELA? 

Segundo pesquisadores, a ELA acontece devido à resíduos gerados pelo funcionamento de células moleculares ao invés de moléculas, que são eliminadas por uma enzima chamada dismutase. Assim, quando esses resíduos não são apagados corretamente, acabam danificando o DNA do neurônio motor.

De acordo com estudo realizado pela Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABRELA), o canabidiol (CBD) auxilia na redução da quantidade de resíduos acumulados nas células devido a sua ação antioxidante. A pesquisa revela também que sua capacidade analgésica pode ser um ótimo relaxante muscular, ideal contra fraqueza e o enrijecimento muscular que afeta quem sofre com a patologia. 

A perda de peso e a depressão, por exemplo, são sintomas paralelos à doença que, por conta da condição motora geral, dificulta a ingestão de alimentos. Contudo, a cannabis também pode ser uma aliada neste quesito pois, devido aos seus efeitos antidepressivos e a regulação do apetite, o consumo dos derivados da planta, como o CBD, podem trazer mais qualidade de vida para estes pacientes.

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