Em noite de fortes emoções, personagens celebram os 5 anos do filme Ilegal

Encontro em São Paulo relembrou a última meia década de luta pela cannabis medicinal no Brasil e discutiu o que ainda precisa avançar

Publicada em 09/10/2019

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O filme ‘Ilegal’, que conta a luta de mães para garantir o tratamento com cannabis medicinal para seus filhos, portadores de doenças raras, está completando 5 anos. Para marcar a data, os diretores do filme e as personagens envolvidas se encontraram na noite desta terça-feira (08) no espaço Civi-Co, em São Paulo. Foi um evento com emoções à flor da pele, mas também de muitas discussões sobre o que avançou e o que ainda precisa avançar sobre a política brasileira para a maconha.

O diretor Tarso Araújo destacou que sua vida mudou para sempre após o documentário. O jornalista passou a trabalhar em prol da causa desde então.

"Minha vida mudou muito, assim como a vida de de muita gente que está aqui por causa desse filme. A coisa mais marcante foi eu passar a lidar com a situação muito gratificante de encontrar um paciente e, sem saber que é paciente, a pessoa diz que a vida dela mudou por causa do filme. Foi o melhor karma do mundo, que é fazer alguma coisa na sua vida que impacta de uma maneira positiva tanta gente.

Katiele Fischer, mãe de Anny e protagonista do documentário, não conteve as lágrimas na hora do seu depoimento e recebeu aplausos da plateia e abraços. Para ela, a maior conquista do filme foi a capacidade de dialogar com o Brasil sobre o tema:

"O grande ganho que a gente teve foi aprender a dialogar, porque a causa existe há muitos anos, mas o que o filme trouxe é uma necessidade da gente se comunicar e dizer pra sociedade que isso é uma possibilidade, que isso pode salvar vidas. E não adianta ficar gritando no vento que ninguém vai escutar. E nisso o filme teve papel fundamental, mostrar de uma maneira artística que a sociedade conseguisse entender".

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A coordenadora da Apepi, Margarete Brito, que é mãe da Sofia e também personagem do filme, destacou a união que o documentário proporcionou às pessoas envolvidas com a causa nesses últimos cinco anos.

"Quando eu parei para pensar o que tinham sido esses cinco anos, foi um exercício de voltar ano por ano e pensar quantas pessoas me ajudaram, quantas eu tive a oportunidade de ajudar, e direta e indiretamente não tem como quantificar. A sensação que eu tenho é que é uma rede que já existia em algum plano. Eram pontinhos que tinham que ser conectados de pessoas que vieram antes de gente e pessoas que vieram depois da gente”

Cassiano Teixeira, presidente da Abrace Esperança, viajou de João Pessoa para participar do evento e pediu ao diretor Tarso Araújo que comece a produzir as próximas edições do filme:

"Eu não teria vindo de tão longe, não tenho palavras para dizer o quão importante foi e sempre encho o saco do Tarso para ele fazer o dois e quem sabe o três também, porque a gente não pode parar.

Assista ao evento na íntegra