Cannabis também é uma questão de bem-estar

O colunista Marcelo De Vita Grecco trata do aumento da popularidade dos produtos com canabidiol (CBD) para o bem-estar e cuidados alternativos nos Estados Unidos, Canadá e na Europa, prevendo que essa onda “hype” será capaz de movimentar bilhões de d

Publicada em 04/02/2021

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Coluna de Marcelo De Vita Grecco*

Cremes, loções, óleos corporais, balm, suplementos, infusões e produtos para aplicação em spray. Itens voltados ao bem-estar estão entre as principais fontes de receita das farmácias atualmente. Não à toa os pontos-de-venda desses estabelecimentos dedicam cada vez maior destaque aos produtos over the counter (OTC), aqueles que ficam à disposição dos consumidores nas prateleiras e podem ser adquiridos sem necessidade de prescrição médica. E essa é uma realidade muito mais próxima da cannabis do que a maioria dos brasileiros imagina, já que por aqui estamos mais habituados a falar sobre o uso medicinal da cannabis.

Nos Estados Unidos, Canadá e alguns dos principais países europeus os produtos com canabidiol (CBD) em sua composição ganham cada vez mais popularidade entre o público que busca opções de produtos para bem-estar e cuidados alternativos. Nesses mercados, o CBD é “hype”, mas vai muito além de buzz ou moda.

Nos Estados Unidos, Canadá e alguns dos principais países europeus os produtos com canabidiol (CBD) em sua composição ganham cada vez mais popularidade entre o público que busca opções de produtos para bem-estar e cuidados alternativos. Nesses mercados, o CBD é “hype”, mas vai muito além de buzz ou moda.

O canabidiol é um poderoso antioxidante, bem como possui propriedades que reduzem inflamações e acne. Aliás, as possibilidades de aplicações para cuidados com a pele são imensas. Tudo isso sem qualquer chance de “barato”, pois a substância proveniente do cânhamo possui, no máximo, 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC) elemento responsável pelo efeito psicoativo em outra espécie de cannabis.

Quem já visitou a América do Norte muito provavelmente se deparou com lojas da CVS ou da Walgreens. São as duas maiores redes de farmácias dos Estados Unidos. De fato, são mais do que isso e operam como verdadeiras lojas de conveniência e, juntas, somam cerca de 20 mil lojas. Ambas as redes estão apostando bastante no potencial de venda desses produtos, lembrando que já há produto OTC certificado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano similar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil.

A expectativa é de que bilhões de dólares sejam movimentados apenas nesse segmento. E o mesmo acontecerá por aqui a partir dessa tendência irreversível. Muito campo aberto à pesquisa e desenvolvimento de produtos e tudo o que pode vir na sequência, dependendo do modelo de negócio a ser adotado. E o pontapé inicial deve ser dado agora. Afinal, não há venda sem produtos.

A expectativa é de que bilhões de dólares sejam movimentados apenas nesse segmento. E o mesmo acontecerá por aqui a partir dessa tendência irreversível. Muito campo aberto à pesquisa e desenvolvimento de produtos e tudo o que pode vir na sequência, dependendo do modelo de negócio a ser adotado. E o pontapé inicial deve ser dado agora. Afinal, não há venda sem produtos.

O mercado vai precisar de produtos com qualidade e isso começa pelo alto padrão na pesquisa e processamento, bem como no adequado desenvolvimento do ecossistema produtivo desse mercado. Outro ponto determinante para as marcas que saírem na frente residirá no trabalho de educação, comunicação e marketing. Existe enorme contingente de pessoas buscando por produtos alternativos que possam trazer bem-estar e, até mesmo, atuar de forma preventiva em relação à saúde. Porém, estes consumidores precisarão de informações que transcendem o básico oferecido por um rótulo de embalagem, sobre a quantidade de CBD na formulação.

Existe enorme contingente de pessoas buscando por produtos alternativos que possam trazer bem-estar e, até mesmo, atuar de forma preventiva em relação à saúde. Porém, estes consumidores precisarão de informações que transcendem o básico oferecido por um rótulo de embalagem, sobre a quantidade de CBD na formulação.

Esta dimensão de negócios em torno da cannabis já é grande em alguns países e ainda vai crescer muito. O Brasil não será exceção. Nesse ponto, você pode estar pensando se as pessoas realmente desejam CBD em OTCs voltados à saúde e bem-estar. Certamente, estamos passando por uma positiva mudança de comportamento. Porém, isso é assunto para outro artigo que você poderá ler em breve nesta coluna.

*Marcelo De Vita Grecco é cofundador, head de Negócios da The Green Hub e colunista do Sechat

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.

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