Associação da Paraíba é a primeira do Brasil a obter analisador de canabinoides

Publicada em 12/07/2019

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A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), da Paraíba, recebeu nesta terça-feira (25) um dos maiores investimentos dos seus cinco anos de existência: um analisador de canabinoides. Com isso, ela se torna a primeira entidade no Brasil a contar com esse tipo de equipamento, que analisa com precisão as concentrações de THC, CBD e demais componentes presentes nos seus medicamentos líquidos.

O aparelho é chamado de "cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC)" e custa cerca de R$ 300 mil. Apesar do alto custo, a entidade necessitava dele e fez uma campanha de financiamento coletivo na internet. Há dois anos, a Abrace é a única a possuir autorização da Justiça Federal para cultivar cannabis com fins medicinais para centenas de pacientes. Produz óleos, sprays e supositórios em João Pessoa. Por isso, estava sendo fortemente cobrada para apresentar resultados compatíveis com o que é descrito no rótulo dos remédios. 

"Agora o paciente vai poder saber o que realmente ele está tomando. Se a patologia que ele tem responde melhor com THC, ele vai ter certeza que o medicamento que ele está tomando é rico em THC. Da mesma forma com o CBD e com o óleo balanceado", explica a Endy Lacet, fundadora e porta-voz da associação.

Até adquirir o analisador, a Abrace só contava com o cromatógrafo de análise de massa (sólidos). É um aparelho que analisa somente os canabinoides das flores da maconha e no momento da colheita. Só que a planta ainda passa por todo um processamento até o produto final.

"Antes, nós não tínhamos como fazer a análise final do extrato. A gente tinha uma referência por causa do cromatógrafo de massa. Agora mudou tudo. É uma nova era, sempre fomos muito criticados por não ter essa análise fidedigna", comemora Endy.

Atualmente, a Abrace atende aproximadamente 1.100 famílias de todo o país com óleos e pomadas. São fabricados, em média, 50 óleos diariamente. A entidade projeta o aumento desta produção com o cultivo em Campina Grande, que deve render produtos para mais dez mil pacientes.