Antonio Barra Torres será o próximo presidente da Anvisa, diz O Globo

Militar indicado pelo presidente Jair Bolsonaro pediu vistas à proposta sobre o plantio de cannabis no Brasil, e votação está parada na agência

Publicada em 18/11/2019

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Jair Bolsonaro, já decidiu quem será o próximo diretor-presidente da Anvisa: o almirante Antônio Barra Torres. Médico e militar, Torres foi indicado pelo presidente de República, foi sabatinado pelo Senado e é um dos cinco diretores da agência. A informação é da coluna do jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo.

As pautas que mais incomodam o governo federal dentro da Anvisa são as da regulamentação da cannabis medicinal: uma sobre o plantio e outra para registro de medicamentos. Ministros como Osmar Terra, Onyx Lorenzoni e até o próprio presidente já se manifestaram contra o plantio de maconha no Brasil, mesmo que para fins medicinais.

O atual presidente, Willian Dib, é defensor das duas propostas e já votou a favor delas. Contudo, o processo está parado desde que Barra Torres e outro diretor, Fernando Mendes, ambos próximos de Bolsonaro, pediram vistas às propostas. O mandato de Dib termina em menos de 40 dias e, segundo O Globo, ele vai botar em votação os dois processos sobre uso medicinal da cannabis antes disso.

"Caso não os devolvam em breve, Dib vai avocar para si os processos e pautá-los, goela abaixo de quem trabalha pelo adiamento da votação 'ad aeternum', noticiou o jornal.

A próxima reunião da Anvisa será nesta terça-feira, dia 19. E as propostas não estão na pauta. É possível que ela entre, então, no encontro do dia 26 de novembro. Dezembro só haverá três reuniões.

Antônio Barra Torres é médico formado pela Escola de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques (Rio de Janeiro). Ele fez residência médica em Cirurgia Vascular no Hospital Naval Marcílio Dias. Torres também fez curso de gestão em saúde no Instituto Coppead de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A Anvisa é dirigida por uma Diretoria Colegiada composta por cinco integrantes. Por lei, os mandatos têm duração de três anos, podendo haver uma recondução. Dentre os cinco, um é designado por decreto presidencial para exercer o posto de diretor-presidente. As decisões são tomadas em sistema de colegiado, por maioria simples.

Os diretores Willian Dib e Alessandra Bastos são os votos a favor. Caso Barra Torres e Mendes votem contra, o fiel da balança será Renato Porto. Acredita-se que ele se posicione pela comercialização dos medicamentos. Sobre o cultivo, ainda é uma incógnita.