Por João R. Negromonte

Uma pesquisa realizada por estudantes do curso de Biomedicina do Centro Universitário de Brasília (Ceub) mostrou que o Canabidiol (CBD), substância presente na cannabis, é eficaz no controle das crises epilépticas em pacientes pediátricos. Segundo relato das autoras do estudo, Ana Carolina Guimarães e Natasha Soares, que apresentaram o artigo “Eficácia do Uso de canabidiol em Pacientes com Epilepsia Refratária ao Tratamento: Uma Revisão Sistemática”, o objetivo deste projeto é incentivar a realização de mais pesquisas sobre o tema no Brasil, que podem contribuir para o desenvolvimento da pauta e acelerar a criação de medidas mais efetivas. 

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Em entrevista ao Jornal de Brasília, as estudantes explicam a importância da terapia canabinoide para os portadores deste tipo de doença. “Nosso ponto principal é mostrar que por mais que existam pesquisas e resultados promissores, o preconceito ainda é muito evidente na sociedade brasileira. Precisamos buscar mais alternativas eficazes para ajudar essas crianças”, destacam elas ao evidenciar as propriedades farmacológicas do composto.

Para realizar o estudo, as biomédicas do Ceub extraíram e analisaram artigos que continham informações como idade dos participantes, tipo de epilepsia, dosagem do CBD, redução e/ou intensidade das crises, além dos efeitos adversos dos medicamentos à base de cannabis. Foram usados 25 artigos, mostrando que em 14 deles, os pacientes avaliados cessaram completamente as crises convulsivas.

Contudo, segundo mostra o estudo, a maioria dos participantes envolvidos na pesquisa de todos artigos tiveram reduções mais brandas nas frequências das crises, ao contrário daqueles que tais sintomas desapareceram por completo. 

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Mesmo sabendo que nem todos os pacientes conseguiram os melhores resultados em seus tratamentos, por se tratar de patologias refratárias muitas das vezes, isto é, quando nenhum outro medicamento convencional surte efeito, as pesquisadoras consideram que o CBD pode proporcionar qualidade de vida e bem estar para estas crianças e seus familiares.

“Sobre nossa pesquisa, podemos evidenciar a eficácia do CBD – que, quando combinado com o THC, tem mais benefícios se utilizados com dosagem adequada. As reações adversas deste tratamento são bem mais brandas em relação aos fármacos convencionais. Por isso, precisamos incentivar e buscar mais pesquisas efetivas no Brasil. Resultados promissores nós temos, mas infelizmente o preconceito inviabiliza e demoniza o uso medicinal”, enfatizam as biomédicas.

Já para Ana Carolina Guimarães, uma das autoras do artigo, “com a implementação de estratégias e políticas públicas sobre o Canabidiol, o acesso ao tratamento será facilitado a todas as classes sociais”, reforça ela ao destacar a importância do tema que, até hoje, ainda é motivo de polêmica e preconceito por certas classes da sociedade.

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