UnB pesquisa efeitos do canabidiol em dependentes de crack

Caso for comprovado que o tratamento a base de canabidiol tem mais eficácia que realizado pelo SUS, o estudo vai ser ampliado e com isso, incluirá novos voluntários.

Publicada em 19/08/2019

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Depois de três anos de pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), ocorreu um feito inédito: foi conquistado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorização para importar o canabidiol (CBD), substância derivada da maconha, com o objetivo cientificos.  

Os resultados desse estudo, segundo os pesquisadores, podem revolucionar o tratamento de dependentes de crack e outras drogas. Uma vez que será pioneiro em testar os efeitos do CBD na recuperação desse tipo de vício.

A novidade é uma esperança para mães como a Margarete, que tem um filho de 28 anos de idade usuário de crack há 13 anos.

"Fui deixar as coisas lá pra ele, né? Aí veio surtado dentro do carro, pedindo pelo amor de Deus R$ 20 e que eu deixasse ele na praça pra ele comprar uma pedra. Chegou aqui na casa dele descalço, vendeu o tênis dele no meio da rua. Uma situação muito difícil. Eu estou muito arrasada, estou descrente mesmo, chateada demais, não sei o que eu vou fazer", descreveu a mãe.

A pesquisa vai selecionar 80 pessoas, com idades entre 18 e 65 anos e que sejam usuários de crack há pelo menos 12 meses. Depois disso, os voluntários serão tratados por onze semanas, dentro da própria rotina deles, ou seja, sem a necessidade de internação. A ideia é que se possa avaliar a relação dos usuários com a substância depois de iniciado o estudo: se haverá redução da ansiedade, fissura, síndrome de abstinência e até a diminuição da procura pela droga.

O processo funciona da seguinte maneira, os selecionados serão divididos em dois grupos, um deles vai receber o tratamento convencional, já ofertado pelo SUS, enquanto o outro, será tratado com o CBD, inclusive, sem que os pacientes saibam qual medicamento estão tomando.

Caso for comprovado que o tratamento a base de canabidiol tem mais eficácia que realizado pelo SUS, o estudo vai ser ampliado e com isso, incluirá novos voluntários.