O mercado americano de cannabis experimenta dois cenários distintos, porém igualmente aquecidos. Nos Estados Unidos, o estado de Nova York alcançou um marco simbólico e econômico fundamental para a indústria legal.

Simultaneamente, o setor de "uso adulto" no Brasil demonstra vigor, mesmo operando nas franjas da ilegalidade da substância. Dados recentes da Kaya Mind revelam a força impressionante do comércio de acessórios e insumos no país.

O marco de Nova York no mercado de cannabis

Nova York celebrou oficialmente a abertura de sua 500ª loja legal para uso adulto, segundo informações do NewsWeed. O feito consolida uma recuperação notável após um início de legalização marcado por processos judiciais e atrasos burocráticos.

A loja responsável por carimbar esse número histórico foi a Green Comfort, localizada em Rochester. Os dados do Office of Cannabis Management (OCM) indicam que o mercado de cannabis local amadurece rapidamente.

Apenas em 2025, as vendas já atingiram a marca de US$ 1,4 bilhão (aproximadamente R$ 8 bilhões). Desde o início das operações legais, em dezembro de 2022, o total acumulado ultrapassa US$ 2,44 bilhões.

O mês de agosto também entrou para a história, registrando um recorde mensal de vendas superior a US$ 215 milhões. Além disso, a equidade social tem sido um pilar central na legalização nova-iorquina.

Atualmente, 56% das licenças de operação foram concedidas a candidatos de equidade social. Essa medida garante que as comunidades mais afetadas pela proibição participem ativamente dos lucros gerados pelo mercado de cannabis.

Brasil: O gigante auxiliar do mercado de cannabis

A venda da planta para uso adulto permanece ilegal no Brasil. No entanto, o ecossistema que orbita o consumo — composto por headshops, growshops e marcas de acessórios — não para de crescer.

O novo Anuário de Mercado: Growshops, Headshops e Marcas 2025, produzido pela consultoria Kaya Mind, traça um raio-X detalhado do setor. Mesmo sem a regulamentação da venda da substância, este mercado de cannabis auxiliar opera legalmente e com força total.

A projeção é movimentar R$ 967 milhões no Brasil em 2025, impulsionada pelo comércio de acessórios e cultivo doméstico (para fins medicinais via Habeas Corpus ou insumos gerais). Confira os destaques do anuário:

Crescimento acelerado: O número de empresas atuantes no setor cresceu 34% entre 2023 e 2024, provando que o empreendedorismo avança independentemente da lentidão legislativa.

Domínio das Headshops: Do total de empresas analisadas, a grande maioria (71,2%) são headshops ou tabacarias. Esses estabelecimentos tornaram-se centros de cultura, dialogando diretamente com o estilo de vida do consumidor.

Perfil Profissional: Mais de 66% da força de trabalho nessas empresas possui menos de três anos de experiência. O dado indica uma porta de entrada importante para novos profissionais neste segmento em expansão.