Estudo israelense mostra que 80% de autistas tratados com CBD melhoram qualidade de vida

A capacidade de se vestir e tomar banho de forma independente foi melhorada de forma significativa para um quarto das crianças que participaram do estudo

Publicada em 09/09/2019

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O autismo atinge atualmente cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões de brasileiros. Pessoas com esta condição e seus pais estão esperançosos com as últimas descobertas na medicina para tratamento do transtorno do espectro autista (TEA) através de derivados da maconha, Um recente estudo israelense, divulgado na revista Nature, mostrou que oito em cada 10 pacientes tiveram considerável aumento na qualidade de vida depois de serem tratados com o canabidiol.

A pesquisa foi liderada por cientistas da Universidade Ben Gurion e do Soroka Medical Center. Os pesquisadores analisaram dados coletados no tratamento de 188 pacientes com TEA tratados com cannabis medicinal entre 2015 e 2017. A maioria dos pacientes utilizou óleo de cannabis com 30% de CBD e 1,5% de THC. 

Após seis meses de tratamento, 82,4% dos pacientes (155) estavam em tratamento ativo e 60% (93) foram avaliados, sendo que: 30% dos pacientes relataram melhora significativa, 54% moderados, 6% leves e 9% não apresentaram alteração em sua condição. 

Contudo, 25% dos pacientes apresentaram pelo menos um efeito colateral; o mais comum foi inquietação (6,6%). Segundo concluíram os pesquisadores, a cannabis em pacientes com TEA "parece ser uma opção bem tolerada, segura e eficaz para aliviar os sintomas associados".

Após os seis meses, a boa qualidade de vida foi relatada relatada por 66,8% dos pacientes. A capacidade de se vestir e tomar banho de forma independente foi significativamente melhorada para um quarto das pessoas.

Segundo os pesquisadores, houve um aumento "dramático" no número de crianças diagnosticadas com distúrbios do espectro do autismo em todo o mundo. Contudo, as evidências recentes de possíveis efeitos terapêuticos de produtos de cannabis têm dado esperança a essas pessoas e seus familiares. 

Hoje, no Brasil, não há empresas produzindo medicamentos com cannabis, e é necessário obter uma autorização judicial através da Anvisa para importar. Esse processo leva em torno de 60 dias, o que levou a agência ao processo de regulação do plantio em território nacional. Porém, há pais e mães quem consiga na Justiça o direito de plantar maconha em casa para produzir o medicamento artesanalmente.