Destaques da live: dúvidas sobre o primeiro curso de medicina canabinoide da USP?

Confira o que rolou de mais relevante na Live Sechat que foi ao ar terça, dia 14/11

Publicada em 16/12/2021

capa
Compartilhe:

Por João R. Negromonte

O Neurologista, Especialista em Epilepsia e Neurofisiologia Clínica, Dr. Lécio Figueira Pinto, responde todas as dúvidas sobre o primeiro curso de medicina canabinoide da USP, em live que foi ao ar dia 14/12.

Para aqueles que não conseguiram acompanhar o que rolou de mais relevante, o Sechat traz alguns temas pontuais que foram abordados pelo especialista que, além de responder as perguntas da nossa audiência, deu um panorama de como será o curso.

O médico conta que seu primeiro contato com o canabidiol e com a medicina canbinoide, na qual revela não gostar muito do nome por entender que pessoas leigas podem não entender o conceito, foi em 2014, quando algumas mães começaram a se organizar para garantir o tratamento de seus filhos com doenças graves e refratárias (quando nenhum outro tratamento obtém sucesso).

Nesse mesmo período, surgiram alguns casos de pacientes pelo mundo que estavam tratando epilepsia com canabidiol (CBD) e, quando essa mães começaram a fazer esse movimento no Brasil, ajudaram muito a "virar essa chave" e quebrar preconceitos para que essa terapia chegasse ao nosso país também.

Entretanto na opinião do médico:

"A regulamentação da Anvisa através da luta dessas mães, que é extremamente válida, ocasionou no meu ponto de vista uma regulação antes da ciência comprovar, de fato, o potencial terapêutico desses medicamentos. Ou seja, naquela época existia alguns estudos já, mas ainda bem singelos, o que em alguns casos, fez com que chegassem produtos de baixa qualidade até o consumidor final, no caso os pacientes."

Isso, segundo o médico, prejudicou o avanço dessa terapia no Brasil. Porém, após alguns anos, novos estudos e cursos - como o da USP - surgiram em diversos lugares. Cada vez mais artigos começaram a ser publicados, mais estudos clínicos foram feitos, provando a eficácias desses medicamentos.

O neurologista, revela também que existe ainda muito preconceito da classe médica em relação a esse assunto. "Muito colegas de profissão relatam que não prescrevem os medicamento por não se sentirem confortáveis com os estudos atuais. Mas, ao criar um curso direcionado especificamente para essa classe (médicos), faz com que os profissionais tenham mais segurança na hora de prescrever algo que lhe foi passado todo um conhecimento e garantia de qualidade."

"O curso irá abranger diversas vertentes e diferentes especialidades dentro da área médica, o que contribui para que o leque de opções seja maior na hora de ajudar aqueles pacientes que querem fazer o tratamento com cannabis", revela Lécio ao ser questionado sobre as modalidades do programa.

Outro ponto importante, se refere ao tratamento com cannabis medicinal é se atentar ao testes de qualidade, uma das pautas que serão ministradas no curso. O médico revela que um produto de qualidade garante que os pacientes e os próprios médicos tenham segurança na hora de consumir ou receitar esses medicamentos e conclui:

"Ainda são precisos mais estudos, estudos robustos que garantam a eficácia e os efeitos colaterais desses medicamentos e, é por isso que um curso desse como o da USP se faz tão importante".

Quer saber como se tornar um médico prescritor, entender um pouco mais sobre o sistema endocanabinoide e os benefícios que essa terapia pode trazer pra vida das pessoas? Veja o vídeo completo da live que foi ao ar na última terça-feira, 14/12.

https://www.youtube.com/watch?v=Cf1urVYpx4s