Cannabis e cânhamo em sintonia com as práticas ESG

De olho nas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), Marcelo Grecco aborda o tema com a intenção de romper paradigmas e atravessar novas fronteiras do ecossistema da cannabis

Publicada em 01/04/2022

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Por Marcelo De Vita Grecco

Meu sócio na The Green Hub Alex Lucena e a presidente do Instituto Humanitas360, Patrícia Vilella Marino, participam do Regenerative Cannabis, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no próximo dia 5 de maio. O evento, promovido pela Regennabis, reunirá líderes globais em cannabis e cânhamo para discutir estratégias sustentáveis ​​para um futuro mais inclusivo e próspero para o setor.

Estamos muito entusiasmados com essa agenda internacional, porque, certamente, Alex e Patrícia trarão na bagagem muito conhecimento e inovação sobre o mercado mundial da Cannabis e do Cânhamo do ponto de vista da sustentabilidade e das oportunidades com relação às questões envolvendo o ESG (sigla em inglês para práticas Ambientais, Sociais e de Governança). 

Com isso, ganha também nossa comunidade de startups aceleradas e incubadas, haja vista que transmitir conhecimento é uma das nossas mais gratas missões para o desenvolvimento do nosso ecossistema da cannabis legal no Brasil.

Quando um evento dessa envergadura sobre cannabis e cânhamo é realizado na cidade e no organismo mundial mais importantes do mundo é sinal do crescimento da relevância desse assunto em todo o planeta. Isso fortalece nosso foco e renova nossa energia, aqui no Brasil, para prosseguirmos a nossa luta interna pela valorização e reconhecimento dos benefícios e aplicações dessa planta tão discriminada ao longo de décadas de desinformação a serviço de outros interesses, que não nos cabe discuti-los agora neste espaço.

17 ODS da ONU

Na minha opinião, sustentabilidade, tema que deve nortear boa parte desse encontro em Nova York, não poderia ser mais oportuno. E, ainda mais: está alinhado com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

Também há muito a ser explorado no tocante à contribuição e os impactos positivos da cannabis e do cânhamo nos campos econômico, social e ambiental relacionados ao setor hoje e, principalmente, no futuro do nosso planeta. Em tempos de ESG, esse evento na cidade que nunca dorme é uma grande oportunidade de aprendizado. Por isso, nós da The Green Hub não podíamos ficar de fora do Regenerative Cannabis. 

Certamente, nesse evento, vamos aprender bastante sobre as vantagens competitivas que estão tornando o ESG cada vez mais significativo para negócios de todos os segmentos. Grandes corporações mundiais estão muito empenhadas em alinhar seus negócios a práticas ESG. 

Negócios duradouros

A mesma lógica prevalece para negócios que rompem paradigmas, como é o caso do setor de cannabis e cânhamo. Independentemente do porte, empresas criadas para atuar nesse negócio disruptivo precisam alinhar suas estratégias a práticas ESG.

E tudo tem uma razão de ser. O fato é que as empresas que se comprometem com programas ESG mostram a investidores que estão empenhadas em construir negócios duradouros e rentáveis, em sintonia com o meio ambiente, socialmente justos e com gestão e condução dos negócios de forma ética e correta em todos os sentidos. 

Naturalmente, nenhum investidor vai estar disposto a aplicar capital em uma empresa de cannabis que pode desaparecer em poucos anos. Por isso, é essencial que se adote os princípios de ESG tanto para sua sobrevivência quanto para o seu crescimento. A mesma lógica valerá também para os consumidores, que já começam a escolher produtos e marcas comprometidos com o meio ambiente, questões sociais envolvendo a cadeia de suprimentos e ética nos negócios. 

Respostas potenciais

Também é estratégico atrair investimentos de empresas que querem reduzir sua pegada de carbono em conformidade com suas estratégias de ESG. Nosso potencial para contribuir nesse sentido com grandes companhias é enorme. A cannabis e o cânhamo sempre foram respostas potenciais a muitos desafios ambientais, sociais e de governança, mesmo antes de esses temas ganharem a relevância que têm hoje.

Imagine, por exemplo, o impacto positivo que teria o emprego do cânhamo, uma planta sustentável em todos os sentidos, em substituição a matérias-primas não-sustentáveis de alguma grande indústria em busca de atingir suas metas de ESG?

Basta lembrar que o cânhamo é um recurso natural renovável anualmente capaz de fornecer matéria-prima para muitas indústrias, como a de papel e têxtil, só para citar apenas duas. Isso sem levar em conta que a planta contribui ainda para reduzir a poluição, além de ajudar a regeneração do solo, entre outras propriedades benéficas para a natureza e para a sociedade.

Redução de carbono

Mais e mais o mercado valoriza a redução de carbono, materializada pela racionalização, redução e economia do uso de recursos naturais, e emprego de fontes renováveis de energia. Esses atributos, em muitos casos, já estão no mesmo patamar de importância que as tradicionais demonstrações de resultados financeiros das companhias, principalmente as com ações em bolsa. Tais fatores não financeiros estão cada vez mais sendo aplicados pelos investidores como parte de sua análise na identificação de riscos materiais e oportunidades de crescimento.

A cannabis e o cânhamo para uso terapêutico e industrial têm uma oportunidade única neste momento de causar um impacto ambiental, social e de governança positivo para contribuir para um mundo mais sustentável. Portanto, é fundamental para o setor ter em foco essas três letrinhas: ESG. Vamos aguardar, ansiosamente, todas as novidades que a Patrícia e o Alex trarão de Nova York.

As opiniões veiculadas nesse artigo são pessoais e de responsabilidade de seus autores.

Sobre o autor: Marcelo Grecco é cofundador e CMO da The Green Hub, consultoria e aceleradora de startups com foco exclusivo no mercado legal da cannabis.

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